quinta-feira, 27 de abril de 2006

Para o Edu, em abril


" 'Entre os atributos mais surpreendentes da alma humana', diz Lotze, 'está, ao lado de tanto egoísmo individual, uma ausência geral de inveja de cada presente com relação ao seu futuro'. Essa reflexão conduz-nos a pensar que nossa imagem da felicidade é totalmente marcada pela época que nos foi atribuída pelo curso da nossa existência. A felicidade capaz de suscitar nossa inveja está quase toda, inteira, no ar que já rspiramos, nos homens com os quais poderíamos ter conversado, nas mulheres que poderíamos ter possuído. Em outras palavras, a imagem da felicidade está indissoluvelmente ligada à da salvação. O mesmo ocorre com a imagem do passado, que a história transforma em coisa sua. O passado traz consigo um índice misterioso, que o impele à redenção. Pois não somos tocados por um sopro do ar que foi respirado antes? Não existem, nas vozes que escutamos, ecos de vozes que emudeceram? Não têm as mulheres que cortejamos irmãs que elas não chegaram a conhecer? Se assim é, existe um encontro secreto, marcado enre as gerações precedentes e a nossa. Alguém na terra está à nossa espera. Nesse caso, como a cada geração, foi-nos concedida uma força messiânica, para a qual o passado dirige um apelo. Esse apelo não pode ser rejeitado impunemente."


(Walter Benjamin)

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Folhas no Ar

Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho


Vou buscar aquilo que foi meu
e que no mundo se perdeu
qual folhas que o vento soprou no ar
Ter a mesma paz de antigamente
sair cantando por cantar
qualquer canção sob qualquer luar

Vou buscar aquele amor tão meu
sair andando a perguntar
qual o caminho por onde ele foi
E por onde for irei também
até o coração achar
que simplesmente não achou

E aí então vou entender
que ao buscar eu me perdi
de tudo aquilo que eu sou

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Como morrem os espíritos

Hoje, 19 de abril, a índia pankararu Maria das Dores Oliveira, de 42 anos, defende tese de doutorado na Universidade Federal de Alagoas e será a primeira índia a ser reconhecida pela sabência oficial com aquele grau acadêmico. Logo os índios, tão, mas tão mais sabidos do que nós...

Maria das Dores é de uma aldeia no município de Tacaratu, Pernambuco, conterrânea do meu querido mano Julio Vellozo. E sua tese é sobre a língua Ofayé, um idioma indígena do Mato Grosso do Sul que conta atualmente com somente 11 falantes vivos. Em parceria com a professora ofayé Marilda de Souza, nossa doutora organizou uma espécie de gramática didática, em forma de cartilha, para tentar interessar as crianças e jovens pelo aprendizado da língua, que de outro modo se extinguirá para sempre.

No Brasil atual, sobrevivem cerca de 180 idiomas indígenas (o que corresponde somente a algo entre 15 e 20% do total de línguas aqui faladas em 1500), das quais cerca de 60 têm menos de 100 falantes e outras 110 menos de 400. A maioria das sobreviventes pertence às 10 famílias do tronco tupi, metade das quais concentradas em Rondônia (possível ponto de partida da migração tupi para a zona litorânea brasileira), um estado sabidamente ameaçado pela expansão da fronteira agrícola, pelo desmatamento, garimpos ilegais e conflitos fundiários.

Uma língua morre completamente quando morre o último de seus falantes. Pode ficar registrada como vocabulário e formas gramaticais, mas se perde o referencial simbólico subjetivo, o jeito de pensar e de viver que ela exprime, que só é adequadamente transmitido justamente através dela. Foi Merleau-Ponty - que não conhecia os índios: era francês e doutor - quem demonstrou que ninguém consegue expressar-se em uma língua estrangeira, por mais que a domine, por mais que esteja acostumado a ela e aculturado por ela, da mesma forma que em seu idioma natal. Nem mesmo a minha comadre Dani. Porque a língua nativa é o que dialeticamente determina e exprime um modo próprio de compreender e representar o mundo que se prega ao espírito como um filtro, cravando como um molde todas as categorias de intermediação entre o pensamento e essa coisa estranha que se convencionou chamar realidade.

Não basta, portanto, os jovens ofayé aprenderem sua língua. É preciso que as crianças ofayé que vierem a nascer sejam educadas no idioma e na vida pelos seus mais velhos, pois somente assim ficará nelas impressa essa semente imaterial e tão presente, encarnação sensível e real do espírito de um povo. Isso num país que não tem apreço e não consegue defender nem mesmo nosso combalido e atacado português brasileiro, tão peculiar, tão sonoro, tão enriquecido, menina dos olhos de poetas como Mário de Andrade e Ruy Barata, e de vaqueiros solitários como nosso bom Aldo Rebelo.

Tudo índio

Eliakim Rufino*


Eu conheço um wapixana que mora no Treze
E ele sabe de outros cem
Que também moram lá
Muita gente índia (muita gente...)
No conselho indigenista
Macuxi de São Vicente

Tudo índio, tudo parente
Tudo índio, tudo parente
Tudo índio, tudo parente
Tudo índio

Em cada bairro da cidade
Cada tribo tem seu representante
Os Tuxáuas se reúnem
Toda semana
Na associação do Asa Branca

Tudo índio, tudo parente
Tudo índio, tudo parente
Tudo índio, tudo parente
Tudo índio

Eu conheço um yanomami que vende sorvete
E um pedreiro taurepang que vive de biscate
As mulheres índias
Longe da maloca e da floresta
Sobrevivem como desempregadas domésticas
E os milhares de meninos e meninas
Fazem papel de índio no Boi
durante as festas juninas

Tudo índio, tudo parente
Tudo índio, tudo parente
Tudo índio, tudo parente
Tudo... Índio


*poeta e cantador roraimense; dos melhores, aliás

segunda-feira, 17 de abril de 2006

Mana Mariana,

Sei que ninguém me autorizou o tratamento.
Nem o tempo, nem a distância, dizendo o seu NÃO repetitivo.
Mas soou bonito e eu gostei
(assim de público, mas foi você que começou...)
Mana Mariana,
A vida é engraçada...
O teu mano eu o vi, contigo, pela última vez
No Costa.
Sei que te falto na incumbência
de que definitivamente não sou capaz
E que as intimidades não somos nós que as damos, elas que se nos dão

Desde uma mensagem tão diáfana no tempo em que te convidava a uma
São Paulo que nem sei se já existiu
Desde um conto de Clarice, semeado ao vento virtual: "por que você
escreveu isso hoje?"
Passando por
um sofá improvisado e de todo coração
um começo de aniversário no meio do carnaval
um bate-boca ébrio no Alcazar
uma tarde a oito mãos e trinta e oito cervejas na Espírito Santo Cardoso
Camarões na beira do Maracanã...
Por uma Procura de Paula
E um encontro da Confraria
No Costa.

Eu lembro, Mana!
(eu que rangi de artroscopia, por semanas...)
Eu sou a Memória. Tu és o Tempo.

Mana Mariana,
Vamos em frente, que não sei bem o que vem por trás
- deve de ter, assim, se não uma explicação, uma satisfação
mínima que seja
E as milenas de iaras hão de nos fazer seguir
ainda que as milhares de hienas sigam a rir
(des)Esperadas
Do Fausto que as regalará

segunda-feira, 10 de abril de 2006

A conspiração dos outros

Rubem Braga


Amanheci resfriado - e a manhã também resfriada, com nuvens pardas e sujas e um pequeno vento maligno.

Ontem tive um dia mau, um desses dias em que a gente tem vontade de ir até o aeroporto, puxar as notas que tem no bolso e os níqueis e dizer em qualquer balcão de companhia: "Me dá isso de passagem."

A cidade estava francamente hostil. Pululavam mulheres feias e homens desagradáveis. Parece que eles se telefonam e combinam todos sair à rua em massa determinado dia, ocupar os pontos estratégicos, patrulhar as calçadas, ocupar os transportes, abarrotar os botequins, cortar toda a esperança e estragar toda a paciência de um pobre homem distraído e de boa vontade.

Fizeram isso. Vieram de todos os bairros, e mal escondiam sua nefanda combinação: falavam-se em voz alta, abraçavam-se nas portas dos elevadores diante da raiva impotente dos cabineiros e dos passageiros que tinham pressa, conversavam de boca cheia nos restaurantes e fungavam nos cinemas.

E onde estavam as outras pessoas? As mulheres suaves, os amigos reconfortantes, as pessoas desconhecidas que, entretanto, fazem bem, o mulato alto de quem nos sentimos irmãos quando nossos olhares se encontram depois de verem ambos a mesma mulher que passa com certo jeito engraçado? Ou, por exemplo, aquele vendedor ambulante e clandestino de cigarros estrangeiros a quem não quisemos comprar nada e mostramos nosso cigarro mata-rato, e nos filou um dizendo amavelmente: "Isso é muito melhor"; e aquele chofer que podia fiar irritado com a barbeiragem tremenda da mocinha do fusca, mas apenas lhe gritou com um sorriso: "Você acaba aprendendo, meu bem!" - ou o sujeito do interior que numa intimidade súbita nos fala de sua lavoura e de seu filho que está querendo estudar para aviador, ao passo que o mais velho tem gosto é para a criação de gado, "falou com ele de boi, ele está satisfeito - onde estão as almas boas, as súbitas mulheres lindas de vestidos simples, os doidos simpáticos, as caras amenas, as vozes estranhas que nos comovem por algum acento familiar, a gente humana da cidade?

Creio que todos foram avisados que era dia de se esconderem. Talvez os amigos estejam reunidos em uma festa improvisada e, quando eu me queixar que ninguém me avisou, digam: "- Puxa, mas todo mundo sabia, eu estava crente que você ia aparecer." E então descobriremos que saímos de um lugar cinco minutos antes de um amigo chegar, ou chegamos dez minutos depois, e nos telefonaram quando não tinha ninguém em casa, e nós discamos inutilmente três vezes para um aparelho com defeito - e assim ficamos desprezados, entregues à população hostil, bebendo, de cara voltada para a parede, o conhaque amargo da solidão.

(in As boas coisas da vida, Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 115-117)

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Tristeza de samba

Vou partir
Não sei se voltarei
Tu não me queiras mal
Hoje é Carnaval

(Jair do Cavaquinho e Nelson Cavaquinho)




Gosto de dizer que existe uma alegria de samba que só sabe o que é quem já viveu. Aquela sensação de alma lavada, de viver a vida, num momento, longe e a salvo da mentira que campeia. De poder exercer a emoção, a liberdade, o encontro do outro, se não sem máscara, ao menos imbuído daquela que encena e encarna o jogo de ocultamento-revelação propriamente sedutor, prenhe de uma verdade nossa tão superior à dissimulação unívoca quotidiana.

Mas há, analogamente, uma tristeza de samba. Ela que, já sabemos, é senhora, mãe e filha desse sentimento que nos irmana numa mesma crença devota, na sabença iniciática de alguns entendimentos e sentires. E é essa que encharca-me os olhos e o coração neste momento em que soube que os cavaquinhos parceiros de Vou partir se juntaram no céu. Jair da Costa, o Jair do Cavaquinho, bamba número 1 da minha querida Portela, professor na arte maior do samba, nosso dom, foi encontrar os velhos companheiros.

Quem desde muito o conhecia da Portela, das apresentações da Velha Guarda ou dos rega-bofes de Oswaldo Cruz não podia imaginar o gigante encastelado naquele octogenário metro e sessenta ornado de poucos cabelos e nenhumas rugas, que a sensibilidade e à tenacidade de Tereza Cristina e Pedrinho Amorim lograram em justo momento evidenciar. Registrei num texto que republico abaixo a avassaladora comoção que causou a esta cidade que o recebia pela primeira vez em palco do Sesc Ipiranga. Graças também ao auxílio luxuoso de Marisa Monte, Jair pôde a tempo nos legar, num registro à altura de sua grandeza, várias das obras-primas que até então nos soavam inacreditavelmente inéditas, coroando com um belíssimo disco sua trajetória de bamba.

Juntam-se outros cacos no grande mosaico de beleza simples e irradiante que guardarei no meu coração. Um encontro que propusemos lá no Jardim América e ele quis marcar na Cinelândia, "pra poder tomar um chopinho mais tranqüilo, sabe como é muito perto de casa...", em companhia do Paulinho Neves. O dia em que ele foi ao Ó do Borogodó conhecer os Inimigos do Batente que o acompanhariam na homenagem que lhe prestou a Agenda do Samba & Choro em seu VIII Aniversário. Chegou preocupado, não conhecendo os músicos, marcou ensaio, passou repertório, indicou tom. Quando começou a roda, caiu no samba, deu canja de meia hora, não queria ir embora, desmarcou o ensaio e disse que pra ele "já tava tudo certo"! Ou naquela tarde de histórias de sambas e malandragens de outros tempos, num papo furado que nos juntou, mais o Paulinho Timor e mestre Wilson Moreira.

Acabo de lembrar que, na última vez que o vi, prometi levar-lhe para autografar um meu LP dos anos setenta, em que ele está na capa, vestido de verde-e-rosa (!), ao lado do Dedé da Portela, Gracia do Salgueiro, Joãozinho da Pecadora (se não me engano) e outros do naipe. Se pudesse lhe deixar um bilhete pra levar, seira o que escrevi após a homenagem de 2004:

Graças a Deus a vida tem-me permitido conviver e trabalhar com muitos de meus ídolos. Seu Jair, além de uma maravilhosa e importantíssima figura da história do samba brasileiro, é um dos mais profissionais, solícitos, bem-humorados, simpáticos, tranqüilos artistas com que já tive o privilégio de trabalhar. Merecidíssima homenagem, nunca assaz reiterada!

Assinado: Fernando

Número 1


Lamento profundamente por aqueles que não assistiram ao espetáculo que mestre Jair do Cavaquinho et caterva proporcionaram à estupefata platéia do SESC Ipiranga na noite deste sábado. Choro, principalmente, por aqueles que desistiram na última hora, que foram colhidos pela chuva ou pela preguiça, e sobretudo - ai! - pelos que não conseguiram desmarcar com a namorada.

Sem dúvida, a emoção amiúde me acentua o traço. Mas não é esse o caso quando afirmo que entre os abençoados que partilharam comigo aqueles momentos, pouquíssimas vozes destoariam da unanimidade: um dos maiores momentos do samba nesta cidade em muitos e muitos anos. Para mim, particularmente, que procurei acompanhá-los quase todos, desde um triste tempo em que não andavam nada freqüentes por essas plagas, só se compararam uns três ou quatro.

Perfeição musical e profunda emoção. Coisas que não somente são raras de se conjugar como, em certo sentido, podem até antagonizar-se. Porque muitas vezes na busca da perfeição "técnica", acaba-se por deixar o coração em segundo plano, ou, em sentido contrário, a emoção exacerbada pode acabar comprometendo a correção. Não foi, de modo algum, o que vimos. Raros espetáculos musicais em minha vida (não estou falando só de samba) lograram atingir tamanha precisão de conceitos e formas. Os músicos maravilhosos (ouvi dizer que Carlinhos 7 Cordas e Pedro Amorim não podem mais aparecer aqui em SP: mandado de prisão expedido, por solicitação de dois cardíacos presentes no SESC Ipiranga, por exposição da vida e saúde alheia a riscos). Os arranjos perfeitos: instrumentos valorizados, na justa medida, fazendo cada canção render o melhor de si. O coro (ah!, como o samba é coro!) impressionantemente sintonizado. E houve Tereza Cristina, esplendorosamente respeitosa e carinhosa com o Mestre. Com certeza, uma das grandes responsáveis por este espetáculo e por este resgate.

E Seu Jair? O que dizer de um homem que aos oitenta anos é a imagem exata de tudo o que a tradição do samba acumulou nesses tempos? Melodia, letra, dignidade, bailado, a sabedoria... Ali estava Clementina e o seu Rosa de Ouro. Ali estavam o Voz do Morro e os 5 Crioulos. Ali estava Paulo e sua Portela. Ali estava o parceiro Nelson Cavaquinho. Ali estava, nada mais nada menos do que Jair do Cavaquinho, sócio número 1 da Portela, a melhor paletada de cavaco do samba, como sentenciou ninguém menos que Jacob do Bandolim. Quem poderá esquecer a imagem do Mestre bailando o "partido-alto" ou o "miudinho", com a graça, a leveza e a molecagem de um drible do Mané? E que canções, meu Deus. Como é que pode a gente ter conhecido, até agora, só meia-dúzia de sambas do homem? Aliás, todas obras-primas, o que dá a conta da sua grandeza como compositor. E pelo que pude conhecer, parece que aquele baú guarda inestimável tesouro. É reconfortante saber que tem alguém preocupado em não deixar que isso se perca.

A emoção? Digo com todas as letras e em caixa-alta, pra ninguém duvidar: NUNCA VI IGUAL REAÇÃO DA PLATÉIA AQUI EM SÃO PAULO. "Não basta um idioma inteiro" para descrever o estado de enlevo coletivo que colheu o público. Perguntem a qualquer dos amigos meus que saíram dali chorando (que eu vi, uns quatro). Ou perguntem ao próprio Mestre...

Hoje, 48 horas após o ocorrido, posso repetir para o grande Jair do Cavaquinho, o que lhe consegui balbuciar entre soluços no próprio sábado: Tua imagem permanece imaculada em minha retina cansada.... E permanecerá sempre. Coisa para se contar aos netos.

(Março de 2001)

quarta-feira, 5 de abril de 2006

O verdeiro Poderio do samba

É preciso, meus amigos, é mesmo preciso que alguém diga alguma coisa.

Que alguém ache as palavras onde elas não cabem, ou são desnecessárias. Para que se registre, para que se saiba, hoje e nalgum dia.

E assim, mesmo sabedor de não poder escapar de boas doses de cabotinismo, vou ainda arriscar-me duplamente, a fim de ajudar a recordação insubstituível e em vão brigar contra a fugacidade da emoção que nos tomou durante a festa de comemoração pelos cinco anos – e também, principalmente, de salvação - do Ó do Borogodó. Em primeiro, por me arvorar em falador do sentimento alheio - ainda que no caso não seja assim TÃO alheio: de minha amada Stefânia e do intrépido Capitão Léo, comandantes, ambos, dessa nau portentosa que é o Ó. Em segundo, pela possibilidade da memória me trair, agradecendo nominalmente de público, no melhor estilo Oscar, às pessoas que tornaram possível um evento com tanta energia, tanto brilho, em que mesmo os pequenos problemas puderam passar quase despercebidos. Não para nós, claro, que prometemos todo o empenho para que na próxima seja ainda melhor.

Quero antes, porém, dizer a quem não esteve na quadra da G.R.S.C.E.S Pérola Negra, que o tradicional reduto negro e boêmio da Paulicéia poucas vezes viu tanto talento e beleza reunidos durante dez horas seguidas de música ao vivo. Um axé impressionante, mostra da força da boa música brasileira que, em grande parte graças a muitas daquelas pessoas que trouxeram seu trabalho e sua arte para a roda na Pérola domingo, vive um momento ímpar de reconhecimento e carinho do público. Mas foi mostra também do trabalho incansável dos profissionais que ao longo desses cinco anos de trabalho duro, sério, profissional, dedicado e generoso, construíram essa potência chamada Ó do Borogodó: do Léo, que um dia chegou no Bar do Cidão dizendo que tinha comprado um butiquim, e da Stefânia que com ele encarou essa briga de cachorro grande, até o garçom que trabalhou ali um único dia, passando por músicos e funcionários, todos hoje merecem os cumprimentos por sua contribuição a esse espaço ao qual a cidade de São Paulo hoje tanto deve.

Muito obrigado a cada um pelo comparecimento, elogios, críticas e incentivos; a vocês que trouxeram seu coração, seus ouvidos, sua solidariedade para engrandecer a festa. Muito especialmente:

São Pedro, meu parceiro de muitos e muitos eventos, graças ao seu Chefe! Continuo contando contigo, Pedrão!

Pasquale, amigo de todas as horas, pela intercessão e pelo apoio.
Presidente Edilson "Nego", extensivo a toda a Pérola Negra, sua diretoria, seus associados e toda a comunidade madalenense.

Daniel, timoneiro da Nau, incansável, fiel, competente, profissa pacas.

Bareta, pela idéia da festa, pelo visual da divulgação; Edu Batata, pela idéia do local!

Às parceiraças de sempre Robertinha Valente, pela costumeira dedicação de corpo e alma, e Railídia, pela assessoria de imprensa competente e carinhosa demais.

Thomas, pela cessão graciosa, em todos os sentidos, do equipamento de som.

Ildo Silva, João Poleto, Alexandre Ribeiro, Ricardinho Valverde, André Hosoi, Paulinho Ramos, Zé Barbeiro, Alessandro Penezzi, Dona Inah, Kiko Dinucci, Dulce, Railídia, Alex, Júlio, Edu Batata, Cacá Sorriso, Paulinho Timor, Dil Bandeco, Marcelo Justo, Mineiro, Cebolinha, Roberta Valente, Lula Gama, Verônica Ferriani, Juliana Amaral, Thomas, Renato Anesi, João Borba, Bareta, Diogo, Guilherminho, Márcio Arruda, Denilson, Luizinho 7 Cordas, Júlio Valverde: músicos que fazem do Ó do Borogodó o mais importante bar de música brasileira da cidade de São Paul, modéstia às favas!

João Macacão, Fabiana Cozza, Vítor Lopes, Gabriel Grossi, Douglas Alonso, Giana, Ione Papas, Bia Góes, Henrique do Bandolin, Rodrigo y Castro pelas canjas mais que especiais.

Kika Hein, Paulinha Sanches, Português e todos os músicos que estiveram marcando presença e pelas minhas confusões (des)organizativas acabaram não dando a sua canja.

Meus manos Edu Goldenberg e Dani, os primeiros a comprar seus ingressos, a garantir suas presenças que se efetivaram, mesmo que a distância diga não.

Robson, que emprestou braços, boca e (sobretudo) coração e Ivan que deu, literalmente, o sangue.

Zé Francisco, Seu Antônio (Velho) e Cleodon (Zezinho), profissionais competentes demais, braços incansáveis que são o verdadeiro coração donde emana o sangue bom e forte que irriga toda a máquina do Ó.

Zé Szegeri, Renatinha e Graziela, tranqüilidade, dedicação e rigor na retaguarda "administrativa".

Mazinho Guerreiro e seus teclados e seus cabos e seus fios e seus microfones e suas caixas... Incansável (não é mole não...)

Ivone e Fátima, garantindo a limpeza, dedicadas e graciosas demais.

Xuxa, extensivo à turma da segurança e portaria, pelo bom senso combinado com humildade, pela educação aliada à firmeza, pelo sorriso complementando os músculos!

Darkon, cliente que todo bar gostaria de ter, porque sem você, nada teria valido.

Janis e Dani, porque vocês fazem parte disto tudo e porque foi bom demais ter o vosso carinho e os vossos sorrisos tão lindos, tão felizes, ali sempre ao nosso lado.

E saibam todos vocês, enfim: deu!!! Segue a barca do Ó, feita daquela madeira que tanto conhecemos e que cupim nenhum vai se meter a roer. Enquanto houver samba...

Beijo enorme,